quarta-feira, 26 de setembro de 2007

A LÍNGUA COMO BARREIRA


A Região Autónoma da Madeira é visitada por pessoas dos mais diversos países: Inglaterra, Alemanha, França, Espanha, Belgica,Holanda, Suécia, Noruega, Dinamarca, Ucrania, Brasil, etc...
Deste modo torna-se imperativo que num hospital como o do Funchal os enfermeiros e outras classes profissionais sejam capazes de entender e de se fazer entender pelo menos em Inglês em prol da tão desejada qualidade de cuidados aplicada a quem directamente será beneficiado por esta.

Adoecer num país estrangeiro é complicado e mais complicado se torna se a língua fôr um obstáculo à transmissão e interpretação da informação que possa levar a um diagnóstico. Tal como diz o velho ditado: "quem não sabe é como quem não vê" e "a falar é que a gente se entende"

É frequente termos cidadãos estrangeiros na UCI. Quando sedados e curarizados o problema da comunicação não existe, passa a existir quando os doentes saem da sedação e por vezes só entendem a sua língua natal. Nesta situação entra a mímica, os gestos e outras técnicas de comunicação utilizadas na UCI.

O inglês é a língua mais utilizada, a maior parte dos elementos da equipa são capazes de se relacionar com utentes e seus familiares nessa língua no entanto há sempre aqueles que falam melhor que outros, o que para alguns familiares funciona como uma "injecção de confiança" saber que o enfermeiro X ou Y está de serviço pelo facto destes dominarem a lígua inglesa de modo serem capazes de transmitir informaçõers que sejam compreendidas pelo outro lado.

Penso que já é tempo que numa profissão como a nossa que vai buscar conhecimento a muitas outras ciências e num mundo actual cada vez mais globalizado, surgir a disciplina de Inglês nas Escolas de Enfermagem, Inglês técnico como têm por exemplo as Engenharias de modo a munir os enfermeiros com o conhecimento de determinadas palavras ou expressões usadas habitualmente em meio hospitalar num contexto de doença.

E penso também que é tempo de assumirmos que para além de Portugueses somos de igual modo Europeus com todos os direitos e deveres que esta situação acarreta.
Livre circulação de pessoas, bens e serviços? Sim muito Obrigado.
Somos Enfermeiros Portugueses e Europeus com a possibilidade de exercer em qualquer país da Europa comunitária (hoje em dia cada vez mais real este cenário). Daí a importancia deste primeiro passo ser dado pelas Escolas de Enfermagem.

Que eu saiba a definição de doente não inclui a nacionalidade, podemos todos passar a essa condição de um momento para outro independentemente da língua que falamos.

Quem sairá a ganhar com isto é o doente e todos nós poderemos passar facilmente a esta condição, não importando saber se pala frente temos um Alemão, Chinês, Ucraniano, Inglês, Françês, etc... trata-se tão sómente de uma pessoa sem saúde que está à procura da mesma e que necessita da melhor ajuda que eu lhe possa dar.


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