segunda-feira, 22 de setembro de 2025

MURCOMICOSE

A murcomicose (ou mucormicose) é uma infeção fúngica invasiva, rara e agressiva, causada por fungos da ordem Mucorales, como os géneros Rhizopus, Mucor e Rhizomucor, predominando em doentes imunocomprometidos, especialmente em contexto de cuidados intensivos[msdmanuals +2].

Definição e Contexto Clínico

A murcomicose é uma infeção oportunista, frequentemente letal, associada a imunossupressão, diabetes mellitus descompensada (notadamente em cetoacidose), transplantados, doentes onco-hematológicos, e uso prolongado de corticosteroides ou outros imunossupressores[wikipedia +2]. Em ambiente de cuidados intensivos, merece particular atenção devido à sua rápida evolução e elevada morbimortalidade.

Formas de Apresentação

👉 Rinocerebral: a mais prevalente nos cuidados intensivos, inicia-se na mucosa nasal com progressão rápida para seios perinasais, órbita e encéfalo. Manifesta-se por febre, dor facial, edema periocular, necrose de mucosa e alterações neuro-oftalmológicas.

👉 Pulmonar: apresenta-se como pneumonia necrosante, mimetizando outras pneumonias fúngicas em doentes ventilados e imunodeprimidos.

👉 Cutânea, gastrointestinal e disseminada: mais raras, surgem por inoculação direta ou disseminação hematogénica, com quadros clínicos dependentes do órgão afetado.

Fisiopatologia e Sinais de Alarme

O mecanismo central é a angioinvasão pelas hifas fúngicas, originando trombose vascular, isquemia e necrose tecidular, fator responsável pelo aspeto escurecido (“fungo preto”)[spoftalmologia +1]. A evolução é fulminante, exigindo elevada suspeição clínica em doentes de risco com sinais de necrose, infeção facial rápida, envolvimento orbitário ou deterioração súbita do estado geral.

Diagnóstico

Envolve avaliação clínica, imagiologia (TC/IRM), obtenção de biópsia tecidular e confirmação histopatológica de hifas largas, não septadas, ramificadas em ângulo reto, com cultura positiva apenas em cerca de metade dos casos.

Tratamento

Inclui reversão dos fatores predisponentes, desbridamento cirúrgico agressivo de tecido necrótico e terapêutica antifúngica endovenosa, sendo a anfotericina B lipossómica o agente de eleição. A mortalidade permanece elevada, mesmo com tratamento adequado.

Referencias:

Manual MSD Profissional. “Mucormicose – Doenças Infecciosas.” Manual MSD, atualizado em 2023. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/fungos/mucormicose

Sociedade Portuguesa de Oftalmologia. “Mucormicose Rino-Cerebral: Caso Clínico e Revisão de Literatura.” Revista SPO, 2011. Disponível em: https://www.spoftalmologia.pt/wp-content/uploads/2011/12/revista_spo_n4_2011_pp.355-359.pdf [spoftalmologia]

SEER/UFAL. “Mucormicose rino-orbito-cerebral em paciente.” Disponível em: https://www.seer.ufal.br/index.php/gepnews/article/download/15469/10594/60896

Sociedade Portuguesa de Nefrologia. “Mucormicose pulmonar num doente transplantado renal.” Disponível em: https://www.spnefro.pt/_doi/369ac2a7-70c9-40e7-bd1f-c520a3a70233/20b7acf9-4ad4-4c83-848f-e484ec12da33

PMC. “Mucormicose em pacientes pós COVID-19.” 2022. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC9461072/

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